10/11/2007

...um último suspiro...

a presa corre desesperada pelo descampado, à sua volta... nada
nem um coró pra tropeçar, nem um capinzim dourado pra se enroscar... nada
ela está descalça, venta muito e o frio é da banquisa do Polo sul... seu coração é adrenalina
indefesa e louca, a presa solta, desembesta em busca da salvação, não há quem defenda
ela não teme, não há tempo, ela não se cansa, não há espaço... ela não vive
ela foge...
na sua bota, na aba do seu chapéu... a predadora
ávida por sangue, sagaz por vida ela corre...
passos seguros e firmes, rápidos, quase imperceptíveis...
ela mais rápida...
Os cheiros se misturam, a Terra para.
O vento cessa, o frio congela e o coração sai pela boca
nada de pânico, é a vida...
nada de diferente
apenas engrenagens rodando e rodando e rodando e rodando e rodando...
desliga!

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