9/19/2012

As vezes uma bruma tênue de incerteza, quase imperceptivel, cobre minha visão e oprime meus sentimentos com o medo de um futuro "sem futuro".
Apesar de efêmera, a bruma parece constante, persistente, eterna... 
Sei que isso é tolice, mas ainda assim me preocupa, por exemplo, a possibilidade de ficar sem trabalho e sem dinheiro - sempre o maldito dinheiro - nessa escravidão do aluguel, das roupas limpas e passadas, da moral e bons costumes...
Nesses momentos busco a fé que esqueci e concentro no silêncio. 
Respiro fundo para me animar com as possíveis soluções, desconcentrar da paranóia, dispersar da realidade, e o "vento" do tempo leva a bruma e me alivia.
Sinto que seria muito mais feliz se largasse tudo para enraizar nos interiores da gente boa que "vive" o mundo real, longe dos carros, dos impostos, da maldade, da lei e da ordem...




9/17/2012

"Outubro é um mês enjoado, porque não é nem "verão" nem "inverno". Nem sol nem chuva. É como uma confusão dos dois. Amanhace bonito, venta e logo está o céu todo nublado."
Os Vilas Boas

9/09/2012

Recife em janeiro




Quero um por-do-sol

denso como as chuvas de março

que alague o céu

com seus raios vermelhos

quero um por-do-sol

da cor das maçãs do cesto

que seja doce, que seja beijo

que seja Recife em Janeiro

de uma imensa pequena vida

odissésia de criança

com belos fns de tarde

de infinitos lugares







Tem que saber dançar
e não dançar conforme a dança
porque quem sabe e dança
é diferente de quem só acompanha

9/06/2012

Qual verdade te convém

Mentira la que manda
Mentira comanda
E o poeta segue
Rasgando o verbo na corte dos fanfarrões
Pois mais vale o dito que o não dito
Mesmo que for um único pingo, endêmico
Em uma sopa de letrinhas degradadas
Extinguindo nas mãos de um excelentíssimo
Que educadamente ignora seus malfeitos atos
Mas polidamente, sob a égide da justiça e da ordem
Proclama feliz seu decreto de boas intenções
É o inferno mesmo
Cheio de bombom e pão-de-ló
Recheado de amizade e lembrança
Lindo prenúncio do zodíaco
De amor
Até que a realidade cobra seu tributo
E o espelho quebra 
Enquanto a princesa penteia os cabelos
Sedosos do perfume de ilusão
De crer que 7 anos passam rápido 
De sentir-se cego mesmo enxergando
As letras miúdas dos contratos falsos de azar


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