9/10/2015

Briga

Desde que me lembro, eu sempre briguei pelo que acredito e, as vezes, por besteira sem sentido...
Me lembro bem... 
Quando pequeno eu brigava com minha irmã. Acho que ela, talvez tenha sido a primeira a sofrer comigo. E eu gosto tanto dela. Eu sempre a amei, mas isso nunca me impediu de brigar com ela. Com razão ou por maldade.
Eu também briguei muito com minha Mãe, vocês não tem ideia o quanto. Também briguei com meu Pai, bem menos se comparado com minha mãe, mas foram brigas de rasgar minha alma, por arrependimento. Ele é um homem bom.
Eu me criei em Sampa e tive a grata sorte de viver a década de 80 na zona sul, no Jabaquara, onde eu morava, e na zona leste, em Arthur Alvim, onde moravam meus saudosos avós. 
Quando moleque, eu vivia na rua e na rua eu brigava. Eu brigava principalmente por causa de pipa e futebol. Eram brigas violentíssimas, dadas as devidas proporções e idades. 
Eu também brigava com os "maiores" que sempre tentavam me sacanear por eu ser grande, mas ter pouca idade... por eu ser mais besta mesmo, fácil de enganar e ter medo deles, mais maliciosos... 
Até o dia em que, depois de tentarem me extorquir mais uma vez uma grana que me "obrigavam" roubar da caixinha do meu tio Valentim, eu - possuído de ódio - fui ao bar do meu avô, peguei um taco de bilhar e bati com força em um dos "grandões" que sempre me maltratava, até quebrar o taco e a "corrente de medo" que me prendia a eles e fazia com que eles fizessem o que quisessem comigo. Depois disso, ganhei respeito e, pelo menos na rua 1, em Arthur Alvim, não mexeram mais comigo.
Eu brigava, também , na Zona Sul. Lá tínhamos uma turma grande. Havia sempre alguma confusão na porta de alguma escola, onde sempre era preciso "defender" os amigos. Mas o motivo campeão das brigas era pipa. 
Havia um lema... "Não é meu, não é de ninguém!". As vezes este lema levava a brigas com os grandões e em muitas vezes também resultava em fugas. Sim, quem briga ganha e perde e quando perde é bom fugir para não apanhar tanto.
Eu brigava na escola, com o japa que me zuava, até eu ter malícia suficiente e coragem para colocá-lo no devido lugar. Brigava com os meus amigos por causa de futebol e as vez nem seu porque. Tínhamos essa mania de violência para mostrar que éramos mais fortes e ganhar respeito. Ridículo...
Uma vez, o Elcio, o Grandão, o Edinho, o Henry e sei lá mais quem... me seguiram pra me pegar, mas eu me liguei e fugi, e quando cheguei na esquina de casa fiquei esperando ao lado de uma pilha de pedras. Eles não esperavam isso. Joguei muitas pedras e quando começaram a revidar, joguei uma pedra na casa de uma senhora muito chata e saí correndo. Ela abriu a porta e culpou eles, enquanto eu assistia a tudo de longe. Quem briga tem que aprender estratégia, principalmente quando está em desvantagem.
Eu brigava depois de grande... briguei em desconhecidos na rua... gente que furava fila, gente que desrespeitava idosos, policiais abusados, motoristas loucos... e quem briga apanha e sofre ameaça.
Poucos sabem, mas já me apontaram arma de fogo mais de uma vez e não foi assalto. Em uma discussão com um policial, já me dominaram por desacato, em um rolê na Riviera do Guarapiranga, quase me alvejaram por "ser folgado" ao andar devagar com meu fusca e atrapalhar um bandido que tinha pressa para fugir da polícia.
Eu briguei também no segundo grau. Tanto lá na FECAP, com os bichos folgados, como no Rui Bloem, sem motivo que me lembro... 
Depois, no meu trabalho, em Brasília, eu briguei com os gestores estúpidos e funcionários públicos concurseiros parasitas. Talvez essa seja uma das piores laias para se brigar, pois eles tem regulamentos e políticos que os defendem. Mas que se dane! Quando tenho razão eu brigo. E assim briguei com uma coordenadora que vendia monografia e queria me obrigar a revisar os textos, briguei com uma gestora que queria impor sua vontade sem diálogo, briguei com um velho gestor parasita fantoche do governo que apareceu do nada para acabar com conquistas políticas, briguei com uma funcionária consultora que usou meu CPF para me colocar responsável por um projeto sem eu nem saber do que se tratava.
Briguei também com as mulheres com que tive relação. Principalmente por ciúme e também por acreditar em uma ilusão de relação. Com ou sem razão eu briguei com elas e isso foi um inferno na minha vida. Não pelas brigas em si, mas por minha falta de coragem de não conseguir sair fora em vez de brigar.
Depois de tantas brigas, com tanta gente, continuo brigando. 
Recentemente, em uma reunião em que eu não estava, disseram que eu brigo com todo mundo e isso está ruim para mim. Porque, independente de ser isso mesmo, essa "fama", nesse meio escroto em que vivo, tem me atrapalhado.
O curioso é que muitos me dizem "ainda bem que você briga" porque se não fosse assim, a situação estaria pior...
É isso mesmo! Por isso eu briguei com os sacanas que fizeram um empréstimo no nome de um Senhor comunitários que mal sabe escrever e hoje está devendo R$ 13.000,00 (ele recebe salário mínimo).
Por isso eu briguei com o cara que tentou abusar de uma amiga em uma festa.
Por isso eu briguei com um amigo mentiroso que tentou me manipular.
Por isso eu briguei com a instituição que não me paga.
Por isso eu briguei por ideologia política.
Por isso briguei para receber o que é meu por direito.
Por isso briguei para que o sistema maldito funcione sem pegadinhas.
Por isso eu briguei com tanta gente que nem sei...

Depois de brigar tanto, percebi que hoje eu não brigo mais por besteira ou maldade - não significa que eu seja bom.
Percebi que tenho brigado pelas coisas que acredito. Talvez por isso que algumas pessoas me dizem que estou certo.

Se estou certo ou errado eu não sei.
O que sei é que hoje preciso de ajuda pois não terei mais condições financeiras, a partir da semana que vem, para me manter.
O que sei é que, mesmo tendo brigado tanto pelas coisas que acredito, isso não foi suficiente para garantir minha felicidade.
O que sei é que sem essas condições para no mínimo comer e pagar as PA's eu não terei como continuar brigando pelo destino que Eu escolhi.

E por isso tudo, brigando ou não, não estou feliz...

9/02/2015

Brasa 
Braseiro
Brasil
Brasileiro

Somos o povo que broca, derruba e queima!
E mata seus parentes
Somos o povo que não valoriza escola
E fantasia novela e seção da tarde
Somos o povo que gosta de carro
E atropela ciclista 
Somos o povo que despreza política
E não participa nem da reunião de pais da escola
Somos o último povo a abolir a escravidão
E ainda gostar de piada racista
Somos um povo que não conhece seu país
E já viajou para o exterior
Somos um povo laico
E religiosamente intolerante
Não somos um povo
Somos náufragos, traficantes e degredados 

Brasileiro
Brasil
Braseiro
Brasa

Mora?
Sonhei que estava em uma cidade grande. Parecia São Paulo, mas não era. Uma catástrofe estava para acontecer e eu, com algumas pessoas que não me lembro quem são, tentávamos sair com um carro de uma garagem de um edifício, para fugir.
Conseguimos sair com muita dificuldade pois todos estavam tentando fugir desesperadamente. Lá fora, o mundo parecia ruir e em determinado momento foi preciso sair do carro. Ao sair, o asfalto ruiu e o carro escorregou ladeira abaixo. Eu corri para recuperá-lo lá embaixo.
Havia muita gente, tudo estava molhado e enquanto eu tentava funcionar o carro, começou uma chuva de insetos. Tal qual nas pragas do Egito (da Bíblia).
Era insuportávelmente incomodo para respirar, mas não feria nem haviam insetos peçonhentos. Lembro de cobrir a cabeça com um pano e assim respirar normalmente.

Depois disso não lembro mais e o sonho muda para um clube. Eu estava na piscina olímpica, competido com os melhores do mundo. Eu nadava com eles, não ganhava, mas estava sempre próximo, entre os três primeiros. Tinha muita gente e a televisão.

Depois da piscina, eu encontrava Prik. Ela estava com Nat. Parecia ser o mirante de Santa. Elas estavam combinando sair e seguiram descendo a rua. Eu fiquei olhando la de cima e notei uma confusão. Quando desci para ver, entrei em uma obra abandonada onde haviam muitos mendigos e marginais. Eu cumprimentei eles e perguntei de Prik. Ninguém sabia e então eu saí para a rua. Lá, eu ouvi os gritos dela mais abaixo, na porta de uma casa onde encontrei ela, Nat e um monte de amigas delas. Prik me disse que um micróbio tinha agarrado ela e cortado seu cabelo. Estava curtinho, na altura das orelhas. 

Nós corremos para a construção abando nada, o micróbio estava na porta com seu artesanato de durepox, era o mesmo micróbio argentino que vaga perto de casa, enganando as pessoas. Quando o vi, tive muita raiva. Agarrei ele e perguntei porque ele fez aquilo. Ele disse que tinha vendido o cabelo e eu acordei.

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