2/15/2009

Altamira, 15 de Fevereiro de 2009

No dia 09 de outubro de 1970 o excelentíssimo Sr. Garrastazu Médici - Presidente da Ditadura - conduziu a solenidade de implantação do marco inicial da construção da Transamazônica.

Para quem desconhece - a maioria desconhece - a Transamazônica é uma rodovia que corta a Amazônia de leste a oeste, numa extensão de 3.000 Km.

Para abrir a festança da inauguração, com chave de ouro, a cerimonia contou com a derrubada de uma árvore de 50 metros de altura, que estava no traçado da futura rodovia, obviamente atrapalhando o progresso.

"incrustada no tronco de uma grande castanheira com cerca de dois metros de diâmetro, na qual estava inscrito: Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica, o Sr. Presidente da república dá início à construção da Trasnsamazônica, numa arrancada histórica para a conquista deste gigantesco mundo verde".

Eu tirei isso do livro TENOTÃ- - Alertas sobre as consequências do projetos hidrelétricos do Xingú.

Segundo a descrição do livro, o Excelentíssimo e glorioso presidente - aleluia - Garrastazu Medici, assistiu "emocionado" à derrubada da árvore de 50 metros...

Como pode?

Eu cheguei em Altamira ontem e pelo pouco que pude observar, posso dizer que Altamira é...

Pense em uma cidade normal, como toda e qualquer cidade anormal e quadrada, em perfeita desarmonia com o local onde foi imposta...

Altamira é uma cidade movimentada, barulhenta, forróbreguenta, adensada e molhada, muito molhada...

Se não fosse pela água, essa cidade não teria nada em comum com o lugar onde está.

Não sou conservacionista, e acredito na construção de cidades na amazônia, mas não neste modelo.

Principalmente NÃO, quando os motivos para que esse modelo exista, desconsiderem o coletivo, principalmente o coletivo transcendental, que extrapola o nosso tempo ao considerar as atuais e futuras gerações.

O que você pensa em deixar para o seu filho?

Dinheiro?

Fábricas?

Carros?

Casas?

Uma minoria pensa assim, enquanto a maioria das pessoas só consegue se preocupar com o que vai dar pra comer para seus filhos, na hora do almoço, isso depois de lutar para conseguir o café da manhã.

Esse é o modelo Amazônico, esse é o modelo Mata-atlântico, esse é o modelo Cerrádico, esse é o modelo Pantanálico, esse é o modelo Caatingico, esse é o modelo Pampínico, esse é o modelo CAPITALISTA.

Nada coletivo, nada comunitário, neo-liberalista e, portanto, nada social.

2/11/2009



Mais um dia, menos gente engajada

O Governo contrata e descarta
Ficam nas mãos apenas as cartas marcadas
Gargalhadas gastas da casta abastada
Refletem um mínimo ao mérito da labuta barata e gasta
Plásticas e enxertos e implantes de cara lavada
Enquanto que, na coxia, chicote em riste
Estala o couro nas costas já marcadas


E vem a Sol
E um pleito democrático
E vem a Lua
E uma nova eleição


2/06/2009

...dos sete buracos da cabeça, diz a lenda que os olhos d'água choram dinamite, a boca macia saliva mistério, num ouvido cúmplice de um sol grafite, alumiando um barraco seco, num deserto incenso onde a paz resiste...


AÇÃO REAÇÃO
UM NOVO DIA
UM NOVO ABALO

O que que eu faço?

Vou jogar bola, acho bem mais fácil
38 e PT é muito complicado
E a Sol ta nascendo
e morrendo
e denovo nascendo
enquanto a amazônia
tentando germinar

ta morrendo
e morrendo
e eu...

deixando de respirar





Suave brisa que bate
te baliza alisando os pelos da sua pele preta
levando minha caravela imaginação
para os mares revoltosos onde me afogarei
Se comecei, foi pra enfrentar o Rei
Sou um pirata dos becos
um anjo sem asas
Assaz leve para dispensá-las
E enfrentar os canhões
sem temer, sem tremer
oposição à repressão
salvo e são
para correr
É só querer
Essa opção me faz viver
Para que desistir quando se pode causar?
Para que desistir quando se pode interceder?

Para que?




Nada mudou
a guerra não cessou
o ódio aumentou
o mundo não parou
está tudo igual

Ainda não ouve final
a guerrilha contra o mal
o confronto é fatal
inevitável

Pela insatisfação
do golpe repressão
contra a livre união
está tudo igual

Só os dias que outros são
dias tristes de confusão
da velha fome e repressão
de União e des-união

A alienação
do golpe fez sua parte
A alienação
da guerrilha fez sua parte

Ambos errados
pois todos cometemos erros
Ambos errados
porque tolos são todos que assim quiseram

E nada mudou
nada mudou
nada mudou
nada


2/01/2009

A praga depressiva e avassaladora desdenha da fraqueza humana
A medicina constrói pontes sobre rios de sentimentos confusos
Revolta e Revotril misturam-se nesse barril de pólvora
Explodindo pessoas bipolares desse mundo multipolarizado
São tantas as opções que não sabemos para onde ir
Tantos os caminhos que não podemos escolher
Tantos lugares, praças, praias, passagens, canais...
Enfim... tanto...
Tanto nos contamina em doses homeopáticas
Que apatia já é vida e a indiferença rotina social
Transtorno de identidade dissociativo leve ou extremo
Que diferença faz?
O cerne é um só
E soluções... tanto faz...

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