4/02/2010

Acordei perdido
num labirinto de cabelos e látex
Com o ódio me guiando pela caatinga
de anéis-espinhos frágeis


O manto da noite ia à minha frente
era dia infante no meu calcanhar
E A Sol sobre negras e densas Nuvens
Não podia me guiar


Fechei os olhos, Elas me despiram
Abracei a Mãe e Ela me envolveu
Sua pele de hervas, águas, minérios, seres...
de Eu


Muito além dos 7 palmos
do ventre quente, senti a pele coçar
Acordei, espreguicei, levantei
e o labirinto já não estava mais lá


Formigas levavam o corpo que já fui
pelo amplo e vazio salão do sem fim
Enquanto que a curiosidade me guiava
pela imensidão do infinito, onde me perdi


Era demais para mim
mas eu ouvia calado a ladainha
E cada palavra parecia ser
exatamente o que me convinha 

Como se falasse ao espelho
tudo o que eu já sabia
Conduzindo meus sentidos
mas era Ela quem dizia 

Foi quando o amor e a paz me conduziram
até a soleira da porta de fogo
Não havia Sol nem Terra
Tudo era Um e Um era O Todo 

Luzes e cores espalhadas
explodindo felizes em ferozes gargalhadas
Me jogaram no oco 
da liberdade desregrada 

Era carnaval

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