1/29/2008

O que fazer, então?

Chovia lá fora, era noite e o Vento não atravessava o corpo mesclando o frio com as células... o Vento cortava fino a pele criando calafrios, "arrupiando" os pelos, facilitando "deprê"...
...melancolia...

Ele estava calmo e já não sentia mais a tristeza, pelo contrário... Ele sabe o que quer e acredita na felicidade, Ele quer ajudar, Ele quer...

Ela chora...
não sabe o que quer, ou então sabe, mas teme o que quer de verdade.

A cama boiava nas lágrimas - 77 anos escorrendo lentamente como em uma ampulheta.

Cada gota uma lembrança, em cada lembrança dor e em cada segundo de dor uma ponta de esperança, a esperança de ser mais feliz.

Pelo menos é no que Ele acredita, é o que Ele deseja, ser feliz.

E então derrepente, Ele mergulha de cabeça e vai até o fundo. Vasculha as profundezas, procura uma solução, se esforça... falta ar para alcançar o fundo.

Mas Ele não desiste e sobe em busca de oxigênio. Antes de mergulhar novamente Ela olha em seus olhos e diz:

- Amo você!

Ele sorri e mergulha. Desta feita mergulha com tanta vontade que fecha os olhos e derrepente bate a baceça no fundo.

Agora é só encontrar o ralo.

Lá no Fundo é escuro, a luz da lâmpada não consegue chegar, mas Ele não desiste.

Derrepente suas mãos esbarram em algo.

Ele puxa e percebe tratar-se de roupas velhas que se rasgam.

...insistência...

Uma bússola, uma máquina fotográfica, recibos de jantares, sacos de pães, lembranças...

Ele tira tudo... mas falta ar...

O fluxo da água se normaliza e ela começa a escorrer com velocidade.

Agora, além da falta de ar Ele tem que lutar para não ser engolido pelo ralo.

Ele não quer ser apenas uma lembrança...


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