10/06/2015

Eu voltei ao sonho de adereços, estrelas cadentes e igarapés ao relento
Eu vi tudo de novo, eu senti tudo outra vez
E não entendi nada, nem porque de tamanha ilusão

A lua cheia clareava a noite sem lâmpadas
Os sapos cantavam alto, como nunca
E no auge daquele momento, o eclipse começou

O vento parou, a água do lago congelou
Por alguns instantes nada se ouviu
E a noite clara se fez em treva novamente

Na escuridão eu imaginei coisas
Na escuridão eu encontrei respostas
Na escuridão eu entendi tudo

Panelas foram batidas e salva de tiros saudaram a passagem
Ladainhas enfeitiçaram a noite-dia
E depois novamente clareou a liberdade

Eu vi novos sonhos e teci novos adereços
Eu contei novas estrelas 
E mergulhei no igarapé ao relento

Eu me despi de roupa e pudor
E a água fria não se percebia
Foi como estar diluído na imensidão

Quando levantei, percebi que pouco importa
Intuição é só um dos caminhos no labirinto
De incertas possibilidades remotas

É preciso aliar coincidência, destino e intuição
Sem esperar nada do futuro
Que guarda muito mais incerteza que minha vontade própria

O eclipse mostrou isso
A noite-dia que se apaga e novamente acende
Dia e noite sem fim na trama universal

Nenhum comentário:

Arquivo do blog