9/07/2010

A bicicleta e o videogame


Não faz tempo, o sonho de qualquer moleque era a tal da bicicleta. 
Naquela época, São Paulo era como uma outra cidade, distante de sua periferia. Isso era tão evidente que dizia-se ir à "Cidade" quando era preciso ir ao centro.
Também naquela época o céu era salpicado de pipas e de balões que acordavam as pessoas com uma salva de fogos de artifício, nas manhãs de domingo.
Esse tempo passou, hoje tem poucas pipas e passar cerol é proibido, soltar balão é crime e andar de bicicleta pelas ruas é uma aventura perigosa.
Na televisão, os programas de criança dão videogames e não mais bicicletas.
Eu tenho saudade do tempo das pipas, dos terrenos baldios, do caminhão da troca, dos carrinhos de rolimã e de brincar na rua. 
Sinto muito pelas crianças de hoje, que não tem nem a percepção de como era boa a liberdade de pedalar, por exemplo, do bombeiro da Cel. Luiz de Faria e Souza até o Metro Conceição e voltar, sem correr o risco de um atropelamento.
Acho até, que um dia os videogames simularão essas brincadeiras, já que muitos não saem na rua para fazer essas coisas.
Eu adoro videogame e acho que seria muito legal soltar pipa ou brincar de esconde-esconde virtual, mas acho muito ruim quando essa vida fechada nas paredes das casas substitui a vida real, nas ruas.
As crianças precisam respirar o ar das ruas e sentir o vento, o calor ou o frio. Elas precisam estar preparadas para cair da bicicleta e se recuperar dos arranhões reais da vida real.

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