7/31/2008



De volta à São Paulo, em 30 de julho de 2008, me espantei com sua velocidade de adaptação e mudança.

O trânsito aumenta, cresce bonito e vigoroso, e desenvolve-se por toda a malha viária deste coral urbano. Por suas veias, cada vez mais entupidas de carros, caminhões, motos, ônibus, bicicletas, gente, skates, tratores, máquinas, mais gente e mais carros... muitos carros.

Vi muito mais gente morando nas ruas, que da última vez, muito mais do que em todas as últimas vezes.

No Largo do Paisandú, fotografei um cara que lia uma revista velha, tranquilo em baixo de uma palmeira. Ele sorriu e me chamou pra conversar.

Morava na rua, de dia... à noite, ele ia pra casa dormir...

Disse, sorrindo, ter formação universitária e que estava na rua porque mendigando, ganhava mais grana que antes, quando trabalhava.

A sujeira também se desenvolve por todo lugar, enquanto que as lixeiras declinam para a extinção.

Outra espécie que se desenvolve à pleno vapor é a Polícia, que goza de uma fecundidade Petra Costeana, cuidadosamente alimentada com dinheiro vivo dos orçamentos públicos.

A Paisagem se transforma, a cidade vive, pulsa e absorve tudo à sua volta.

Incrível seu vigor!

Esse novo ser é fantástico. Por mais degradante que pareça, mais forte se mostra, com seus arranhadores de céu, seus cospidores de gaz carbônico, suas cores multiplas e bagunçadas, seu calor e frio infernais, e mais gente e mais lixo e mais violência...

Enquanto que o outro ser, o ser natural, padece. Ou parece padecer, frente à esse coral que engole mares de mata atlântica e cerrado.

É a evolução e esta é muito eficiente pois a grande cidade se desenvolve e suas filhas fecundas se espalham na mesma velocidade, ou mais rápido que o tempo que a floresta tem para se recuperar.

Quem vai vencer?

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